1917 – 1928 O sonho da sede própria

No ano de 1917, o Ypiranga lançou os jogadores Dionisio, Dario, Ferreira, Loschiavo, Jacintho, e Caetano, Formiga, Estrela, Fried, Perez e Nico. O time ficou em sexto lugar e jogou amistosos em São Paulo contra o América (empatando em 3 a 3) e no Rio de Janeiro (sendo derrotado por 5 a 1). No mesmo ano, o lateral esquerdo Caetano de Domênico foi lançado e, mais tarde, se tornou técnico do Ypiranga.

No ano de 1918, o Ypiranga voltou a disputar o certame da APEA com Dionisio, Grané e Ferreira, Loschiavo, Paraguassu e Caetano, Formiga, Estrela, Fried, Perez e Nico. O time ficou em quarto lugar e lançou o zagueiro Grané, que jogaria mais tarde nas seleções paulista e brasileira.

Em 1919, Dionisio, Grane e Ferreira, Faragassi, Milenezi e Motta, Formiga, Cetr, Ache, Teppet e Osses se apresentaram como onze ypiranguistas. O time ficou em quarto lugar, mas obteve uma vitória acachapante contra o Palestra por 6 a 1, considerado o maior desastre ocorrido no Parque Antarctica.

Nesse mesmo ano, Dionísio encerrou sua carreira como goleiro do Ypiranga e Milanesi estreou como jogador, tornando-se posteriormente presidente do Clube Atlético Ypiranga. Vale ressaltar que em 1918 ocorreu a famosa Gripe Espanhola e a Guerra de 1918, que afetaram o Brasil e o povo em geral.

Em 1920, o Ypiranga continuou sua jornada no campeonato apresentando a seguinte escalação: José, Armando e Ferreira; Japonês, Faragassi e Motta; Vani, Florindo, Miguel, Teppet e Osses. A equipe ficou em 6º lugar na classificação.

No ano de 1922, o Ypiranga voltou ao campeonato com a formação: José (Tidoca), Armando e Ferreira; Japonês, Faragassi e Motta; Jardim, Fábio, Miguel, Teppet e Osses. A colocação da equipe foi novamente o 6° lugar.

Destaque para a vitória sobre o Paulistano por 4 a 2, um fato histórico.

Em 1923, a formação do Ypiranga para o campeonato foi: Chicão (José), Armando e Ferreira; Japonês (Vani), Faragassi e Motta; Jardim (Fábio), Vasques, Miguel, Teppet e Osses. A equipe ficou em 5° lugar na classificação.

No ano de 1924, entraram para a história do Ypiranga os seguintes jogadores: Chicão, Armando e Ferreira; Hermínio, Vani e Motta; Jardim, Salvador, Giust, Teppet e Osses. A equipe ficou em 6° lugar na classificação.

Neste ano, o Ypiranga empatou em 1 a 1 com o Sírio-Libanês do Rio de Janeiro em São Paulo, enquanto no Rio de Janeiro perdeu por 2 a 1.

Em 1926, a escalação do Ypiranga era: Kunz (Fortunato), Armando e Zacca; Japonês, Vani e Emilio (Chico); Salvador, Mathias (Rubens), Miguel (José), Teppet e Paulo (Gasta). A equipe ficou em 6º lugar. Em 1928, o CAY enfrentou uma crise em sua vida, conforme relatado pelo Decano do clube, Antônio Noschese. Embora afastado das atividades do clube, Noschese manteve seu interesse pela agremiação e ficou em contato com um dos fundadores, Antônio Geraldo de Freitas. Este alertou Noschese sobre elementos que pretendiam destruir o clube e vender seus móveis para fazer dinheiro. Noschese chamou Albino Texeira Pinheiro e Dr. Elpidio de Paiva Azevedo para ajudá-lo a salvar o Ypiranga. Eles conseguiram quitar as dívidas e mudar a sede, mas perderam o campo do Parque Antarctica. Na época, a Revista Vida Esportiva publicou uma matéria com Pedro Antonio Noschese, que destacou a importância do clube e sua esperança de que um dia tivesse sua sede própria. Noschese era uma figura de destaque nos meios esportivos e sociais de São Paulo, um dos mais importantes representantes do Clube da Colina Histórica e seu decano, demonstrou de maneira clara e direta durante a entrevista que concedeu a nosso acompanhado Ivo Gobbato, seu amor pelo clube que viu nascer e crescer. Noschese falou longamente sobre a história do clube e suas qualidades como um verdadeiro defensor do esporte pátrio e incentivador honesto da agremiação. O jornalista Salathiel de Campos o descreveu em 1940 como uma das mais destacadas figuras do futebol, trabalhando incessantemente para o progresso do clube e da coletividade em todos os aspectos. Noschese é um verdadeiro gladiador impoluto que sempre lutou pela vida do clube, mesmo em tempos difíceis.

Fonte:
MURAHOVSCHI, Jacob. CAY: 110 anos de história, Casa do Novo Autor, 2017
SALIBA, Natal Assad. A saga do CAY, Marins & Marins, 2006

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